O presente artigo, após uma breve introdução histórica sobre a autora, analisa algumas características da antropologia fenomenológica de Gerda Walther, levando principalmente em consideração a sua obra principal, Fenomenologia da Mística, a partir da segunda edição de 1955. Nela, Walther apresenta um verdadeiro tratado de antropologia filosófica, como parte preliminar a uma análise dos fenômenos místicos, interrelacionando elementos antropológicos oriundos de uma análise fenomenológica do ser hu…
Read moreO presente artigo, após uma breve introdução histórica sobre a autora, analisa algumas características da antropologia fenomenológica de Gerda Walther, levando principalmente em consideração a sua obra principal, Fenomenologia da Mística, a partir da segunda edição de 1955. Nela, Walther apresenta um verdadeiro tratado de antropologia filosófica, como parte preliminar a uma análise dos fenômenos místicos, interrelacionando elementos antropológicos oriundos de uma análise fenomenológica do ser humano e os problemas filosófico-religiosos da experiência mística e das experiências paranormais. Nesta obra identifica-se, além da influência do método de Husserl, o influxo da fenomenologia de Pfänder, principalmente no uso de metáforas para explicitar a constituição da pessoa humana. Uma das teses fundamentais de sua antropologia é a de que todo ser humano possui um eu-centro com as características de autoconsciência e capacidade de vontade. Nisso, a autora mostrara dependência de elaboração oriundas da Psicologia Compreensiva de Pfänder, mas também da fenomenologia de Husserl, de Scheler e de Stein, em especial pela sua concepção de “âmago do eu” que denota semelhanças com a do “eu-anímico” de Stein, conceito derivado de uma crítica ao “eu-puro” de Husserl.