Conrado Vasconcelos Gonçalves

In a recent paper, Trevor Hedberg and Jordan Huzarevich assessed a number of objections against practical apatheism, concluding that they are either unsuccessful or at least very controversial. The aim of this discussion note is to contribute to their discussion by presenting and analysing a short argument for a reason in favor of apatheism; one that appeals to a particular universalist formulation of the thesis of theodical individualism. After briefly introducing a distinction between a particular and a universal version of apatheism, I present the argument, assess its merits in light of some objections to it, I conclude that at least one reason in favor of a particular practical apatheistic position is warranted by it. Finally, I suggest some alternative reasons that could be advanced in favor of apatheism, and I distinguish between strong and weak forms of apatheism.

[English: On the limits of philosophical progress] Há progresso na filosofia? Essa é uma das maiores questões da metafilosofia – a disciplina filosófica preocupada com questões sobre a própria natureza da filosofia. Recentemente, um número crescente de filósofos tem demonstrado um pessimismo sobre essa possibilidade; segundo eles, a filosofia foi incapaz de avançar tanto quanto as ciências, ou até mesmo incapaz de avançar desde que seus problemas foram formulados pela primeira vez na antiguidade. Mas se os pessimistas estão corretos, uma questão não menos perturbadora surge: por que não há progresso na filosofia? Este livro oferece, além de um olhar panorâmico introdutório sobre o debate do progresso filosófico e uma breve defesa da posição pessimista, o avanço de uma hipótese capaz de explicar esse fenômeno perplexo para tantos filósofos. De acordo com a hipótese de fecho cognitivo, a falta de progresso filosófico ocorre em virtude do limite de nossas capacidades cognitivas em capturar os aspectos da realidade, o que se deve às restrições cognitivas impostas por nossa estrutura endógena. O livro também analisa o sucesso da hipótese contra alternativas rivais, e como ela afeta o futuro da filosofia.

A hipótese do fechamento cognitivo afirma que, devido à organização cognitiva da mente humana, a classe de conceitos acessíveis é limitada e que por consequência deste fato algumas crenças e hipóteses sobre aspectos da realidade terão de estar fora do alcance teórico humano e serão inacessíveis. Neste artigo, analisamos uma interpretação de David Hume, segundo a qual o autor afirmou conjuntamente a tese realista de que poderes causais em objetos existem e a tese cética de que não temos um acesso à natureza destes poderes, sensório ou conceitual. Para tal, contextualizamos o surgimento desta interpretação como uma alternativa aos fracassos da interpretação tradicional de Hume e analisamos individualmente as abordagens realizadas por seus principais defensores. Assim feito, buscamos explorar à luz desta interpretação realista cética a possibilidade da tese de Hume ter antecipado a tese contemporânea do fechamento cognitivo. Acredita-se que essa hipótese implica um desafio tanto a interpretações que enxergam o filósofo como um precedente da filosofia analítica do positivismo lógico quanto a acusações de que fechamento cognitivo é uma tese pós-moderna.