Daniel dos Santos

O objetivo é mostrar e discutir a crítica de Wilfrid Sellars, direcionada ao ponto de vista do empirismo clássico, de acordo com o qual, os episódios internos como pensamentos e impressões sensoriais são experiências imediatas. A construção de sua crítica terá como pano de fundo um mito criado por ele mesmo, o mito de Jones. Este servirá para mostrar como aprendemos a falar dos tais episódios internos que são tidos como experiências imediatas. Mostraremos como Sellars, com a ajuda do mito de Jones, monta seus argumentos de modo a sustentar o inverso da posição empirista clássica, afirmando que os episódios internos como pensamentos e impressões, apesar de internos, são, na verdade, dependentes de contextos intersubjetivos da fala pública, uma espécie de cognição conceitual, sendo, portanto, episódios internos mediatos, ou seja, não imediatos

O presente texto tem como objetivo, em um primeiro momento, fazer uma breveapresentação da noção de epistemologia na obra O Ser e o Nada de Jean-Paul Sartre para, apartir daí, colocar em evidência alguns conceitos importantes para tal noção, tais como ‘cogitopré-reflexivo’, ‘cogito reflexivo’ e principalmente a afirmação feita por Sartre de que toda teoriado conhecimento pressupõe uma metafísica. Em um segundo momento, serão apresentados doiscontrapontos teóricos à noção epistemológica sartreana. O primeiro contraponto será feito pormeio do empirismo clássico de Alfred Jules Ayer e o segundo por meio da noção deEpistemologia Naturalizada tal como concebida por Willard Van Orman Quine. Neste segundocaso o contraponto se estabelecerá tanto à noção de um cogito pré-reflexivo e reflexivo, como àafirmação de que toda teoria do conhecimento pressupõe uma metafísica.