Resumo Neste artigo a autora analisa alguns dos aspetos fundamentais da posição de Nietszche na II das Intempestivas, na qual o autor aborda a história como uma enfermidade. Esta patologia pode ser entendida a partir de um ponto de vista transcultural. Esta perspetiva, relaciona- se com a reflexão sobre o reformismo muçulmano, acerca da reativação do seu legado cultural e, em particular, com a reflexão realizada por Mahfuz a partir da literatura sobre as três grandes religiões monoteístas. Dessa…
Read moreResumo Neste artigo a autora analisa alguns dos aspetos fundamentais da posição de Nietszche na II das Intempestivas, na qual o autor aborda a história como uma enfermidade. Esta patologia pode ser entendida a partir de um ponto de vista transcultural. Esta perspetiva, relaciona- se com a reflexão sobre o reformismo muçulmano, acerca da reativação do seu legado cultural e, em particular, com a reflexão realizada por Mahfuz a partir da literatura sobre as três grandes religiões monoteístas. Dessa forma, a história entendida como enfermidade ganha uma dimensão mais produtiva: pois torna-se um mal transcultural, não só do Islão ou de uma cultura específica. Além disso, a obra de Mahfuz analisada, sugere uma relação libertadora para com o passado, que pode ser uma inspiração para o nosso tempo, especialmente para o Islão, por alargar em outro sentido os seus valores religiosos e o reencaminhar para um novo humanismo. Palavras-chave : diálogo intercultural, filosofia contemporânea, literatura, patologias culturais, religiãoIn this article I analyze some key aspects of Nietzsche’s positions in the II Untimely Meditations in which the autor speaks of history as a disease. This pathology can be understood from a transcultural point of view. Related to the constant reflection of the Muslim reformism about the reactivation of the cultural legacy and, in particular, with the literary reflection made by Mahfuz about the three great monotheist religions, history as a disease gain a more productive dimension: it’s a transcultural malady, not from Islam or from other specific culture. Besides, the analysed Mafhuz work points to a liberating relation of the past and, in this sense, his reflection on the subject can be an inspiration for our time, especially for Islam, to amplify in another direction religious values and to walk towards a new humanism. Keywords : contemporary philosophy, cultural pathologies, intercultural dialogue, literature, religion