Giovanni Jan Giubilato

O presente ensaio aborda a presença de Nietzsche nos Cadernos negros de Heidegger com o intuito de esclarecer e analisar o papel filosófico que Nietzsche aí desempenha. A partir de ferramentas hermenêuticas básicas para a leitura e interpretação do conjunto dos textos que compõem o conjunto chamado Cadernos negros, composto de textos enigmáticos e únicos em relação ao corpus heideggeriano, a figura de Nietzsche aparece não apenas como um centro de referência privilegiado para o pensamento heideggeriano da década de 1930-40, mas também, e principalmente, como o impulso fundamental da profunda reformulação de suas coordenadas principais.

Starting by pointing out the deep interconnections between temporality and passivity within phenomenology, the present paper intends to contribute with a reconstruction of Husserl’s “first glimpses” into the sphere of passivity and its genesis based on the Beranuer Manuscripts on Time-Consciousness. To do so, it will follow a disposition in four stages: after a brief introduction, section I will display the emergence of the genetic methodology and its functional position within the broader context of the architectonic system of phenomenology. After that, section II will follow the development of the notion of “absolute consciousness” by clarifying the constitutive problematic of time-consciousness and the related problem of an infinite regress. Section III will expose the first genetic model of time-consciousness as developed in the Bernauer paying particular attention to the discover of a transcendental realm of passivity and preegoic constitution. Finally, section IV will provide a translation of Eugen Fink’s disposition draft for the edition of Husserl’s Bernauer Manuscripts, as he and Husserl planned it around 1930. Those documents can provide a deep understanding of Husserl’s texts, of the problems related to consciousness self-constitution and its relation with the questions concerning a phenomenology of passivity and passive synthesis.

El presente ensayo quiere reflexionar sobre la experiencia y los obstáculos –que a veces llegan a ser verdaderas contraindicaciones– de un doctorado en filosofía a partir del desafío personal que representa la decisión de tomar este camino académico y profesional, hasta la conclusión de la tesis y la defensa final del trabajo. Las consideraciones que siguen se enfocan en algunos elementos típicos que el estudiante enfrenta durante su aventura personal y universitaria de estudios doctorales, como la relación con el director de tesis, el desarrollo de la investigación, la preocupación por la financiación, etc. El campo de mediación y/o batalla entre la filosofía como trabajo y como forma de vida es la soledad del doctorando.

O artigo tem por objetivo investigar a particular relação que se estabelece entre a temática do início da filosofia – que é de extrema importância para toda a “escola fenomenológica de Freiburg” – e a concepção da essência da filosofia tal como desenvolvida especificamente no pensamento de Martin Heidegger e Eugen Fink. A partir da reinterpretação e radicalização operadas em relação à abordagem estabelecida pela fenomenologia husserliana, mostraremos como a figura de Husserl se impõe tanto como pano de fundo quanto como alvo polêmico das reflexões de Heidegger e Fink. Assim, se o primeiro desenvolve uma concepção da filosofia como práxis radical de um “outro” pensamento, que procede por tentativas e experimentações, o segundo transforma a fenomenologia husserliana no sentido de uma filosofia da liberdade