•  177
    Em 27 de janeiro de 1937, o filósofo Ludwig Wittgenstein (1889-1951) anotou em seu diário, enquanto viajava para Skjolden, um vilarejo norueguês à beira do fiorde Sogne, onde havia construído em 1913 uma cabana para viver isolado: “Certamente sou singular em muitas coisas & por isso, muitas pessoas se comportam de maneira comum quando comparadas comigo; mas em que consiste minha singularidade?” De acordo com psiquiatras contemporâneos como Michael Fitzgerald, Christopher Gillberg e Yoshiki Ishis…Read more
  • Wittgenstein além dos limites da linguagem
    Revista Reflexões 8 (14): 130-146. 2018.
    No prefácio do Tractatus logico-philosophicus, Ludwig Wittgenstein afirma que a pretensão do livro era traçar um limite para a expressão dos pensamentos e que esse limite só poderia ser traçado na linguagem, sendo um contrassenso o que estivesse além desse limite. No entanto, como o próprio Wittgenstein admite na obra, o Tractatus mesmo, assim como toda a filosofia, está além desse limite traçado para a expressão dos pensamentos. Dada essa situação paradoxal, ainda hoje os intérpretes do texto d…Read more
  •  94
    Em sua filosofia da mente, Ludwig Wittgenstein afirma repetidas vezes que não pensamos com as nossas cabeças ou nelas. No entanto, não apresenta argumentos claros em favor desse posicionamento. Para piorar, os comentadores de sua obra não dão a esse aspecto de sua filosofia a atenção devida. Em vista disso, neste artigo investiga-se por que Wittgenstein tanto insistiu em dizer que não pensamos com as nossas cabeças ou nelas. A explicação que se oferece é que Wittgenstein o fez visando a justific…Read more
  •  95
    Algumas Notas sobre os Métodos Filosóficos de Ludwig Wittgenstein
    Revista de Filosofia Moderna E Contemporânea 9 (1): 165-183. 2021.
    No artigo “Wittgenstein: universalismo, lógica, gramática y lenguaje”, Alejandro Tomasini Bassols afirma que o problema com que Wittgenstein se depara ao fim do Tractatus ”“ as proposições do livro serem elucidações e contrassensos ”“ teve origem em seu erro de considerar a lógica, e não a linguagem, como o mais universal. Bassols afirma ainda que o assim chamado “paradoxo do Tractatus” não foi uma ameaça à segunda filosofia wittgensteiniana porque nela Wittgenstein não cometeu o mesmo erro. Ne…Read more
  •  13
    Os precursores esquecidos de Ludwig Wittgenstein
    Griot : Revista de Filosofia 21 (2): 89-114. 2021.
    No prefácio das _Investigações filosóficas_, Ludwig Wittgenstein revela que ao “estímulo” do economista Piero Sraffa devia “as ideias mais fecundas” da obra. Curiosamente, porém, segundo Amartya Sen, Sraffa considerava seu ponto de vista – que enfatiza a relação entre a linguagem e o meio sociocultural em que ela é empregada – “um tanto óbvio”, achava tedioso conversar com Wittgenstein e nunca se entusiasmou por ter influenciado decisivamente sua filosofia tardia. Para justificar o comportamento…Read more
  •  116
    Observações sobre a filosofia da matemática de Ludwig Wittgenstein
    Griot : Revista de Filosofia 17 (1): 97-113. 2018.
    No ensaio “Wittgenstein on mathematics”, publicado no Oxford Handbook of Wittgenstein, Michael Potter procura não apenas analisar por que a filosofia da matemática de Wittgenstein é tão controvertida entre filósofos e matemáticos como justificar essa situação. Com esse intuito, Potter enfatiza o caráter inacabado das reflexões de Wittgenstein sobre a matemática. Neste artigo, tem-se por objetivo explicitar algumas inconsistências e contradições no pensamento matemático de Wittgenstein que ratifi…Read more
  •  17
    Observações sobre a meta final do modo de fazer filosofia de Ludwig Wittgenstein
    Principia: An International Journal of Epistemology 22 (3): 411-438. 2018.
    In The Principles of Mechanics, physicist Heinrich Hertz argues that instead of replying to the question “what is force?” like physicists and philosophers had been doing unsuccessfully, Newtonian physics should be reformulated without considering “force” a basic concept. Decades after Hertz’s book, Ludwig Wittgenstein considered the physicist’s proposal a perfect model for how philosophical problems should be solved, to the point that he made it the foundation of his way of doing philosophy. Thi…Read more
  •  10
    Considerações sobre o método por exemplos de Ludwig Wittgenstein
    Griot : Revista de Filosofia 20 (2): 140-153. 2020.
    Em sua segunda filosofia, Ludwig Wittgenstein apresenta um método por exemplos com o intuito de resolver de vez os problemas filosóficos. De acordo com Wittgenstein, em vez de buscar a essência definidora dos conceitos, como Sócrates demandava de seus interlocutores, caberia aos filósofos dar exemplos dos conceitos a fim de responder às questões tradicionais da filosofia, como “O que é o conhecimento?”, “O que é a amizade?”, “O que é o justo?”. Neste artigo, não apenas se argumenta que o método …Read more
  •  27
    Psychiatrists such as Michael Fitzgerald, Christopher Gillberg and Yoshiki Ishisaka diagnosed Ludwig Wittgenstein posthumously with Autism Spectrum Disorder (ASD). Taking this diagnosis into account, the present paper discusses how Wittgenstein's philosophy reveals his cognitive difficulties. Wittgenstein's grammatical inquiries are particularly investigated here, highlighting his misunderstandings concerning the use of words – specially, his misunderstandings concerning analogies, which he tend…Read more
  •  8
    A filosofia de Ludwig Wittgenstein à luz do diagnóstico de autismo
    Griot : Revista de Filosofia 19 (1): 226-253. 2019.
    Em Meu pensamento filosófico, Bertrand Russell afirma que a segunda filosofia de Ludwig Wittgenstein lhe parecia inteiramente ininteligível e constituída de doutrinas positivas triviais e de doutrinas negativas infundadas. Essas críticas ainda hoje são largamente consideradas como decorrentes do fato de Russell não ter compreendido as ideias tardias de Wittgenstein. Em oposição a esse julgamento, neste artigo argumenta-se que o diagnóstico póstumo de que Wittgenstein era autista suscita uma nova…Read more