O trabalho A Dimensão Filosófica da Literatura de Fronteira em Aldyr Schlee apresenta a articulação do local, regional e universal a partir de alguns contos da obra de Schlee que nasceu no município de Jaguarão, Rio Grande do Sul, na fronteira entre Brasil e Uruguai. O objetivo é analisar através da literatura como se nega o conceito de fronteira como barreira, mostrando que o limite fronteiriço é a passagem do local ao transnacional, ou seja, a mediação entre o particular e o universal. A leitu…
Read moreO trabalho A Dimensão Filosófica da Literatura de Fronteira em Aldyr Schlee apresenta a articulação do local, regional e universal a partir de alguns contos da obra de Schlee que nasceu no município de Jaguarão, Rio Grande do Sul, na fronteira entre Brasil e Uruguai. O objetivo é analisar através da literatura como se nega o conceito de fronteira como barreira, mostrando que o limite fronteiriço é a passagem do local ao transnacional, ou seja, a mediação entre o particular e o universal. A leitura e análise desenvolvida por meio dos contos, em particular aqueles que tratam do tema da fronteira. Em primeiro lugar, explicitamos a dialética do limite e barreira descrita na Doutrina do Ser de Hegel. A lógica da finitude é a passagem de ‘algo em outro’ através das categorias do limite e barreira. Isto é, o limite constitutivo do ser local finito é uma barreira a ser superada pela transnacionalidade como ser infinito de relações entre os povos. Em seguida, apresentamos um quadro sintético da literatura regionalista brasileira, situando o autor dentro da literatura gaúcha para tratarmos do conceito de “pampa” como uma experiência de fronteira regional particular entre Brasil, Uruguai e Argentina. Enfim, tematizamos as relações entre o nacional e o transnacional, o regional e o universal. A partir disso, evidenciamos como categoria ‘pampa’ é um universal que articula as identidades locais com as particularidades regionais, descritas através da literatura de fronteira. Pensar as fronteiras latino-americanas não como limites territoriais excludentes, mas como passagens e articulações internacionais; em demonstrar que o conceito “pampa” é uma prova de superação do nacionalismo que causa exclusões sociais, culturais, étnicas e econômicas. Assim, consideramos Schlee como referência de um literato e pensador brasileiro que a partir da literatura de fronteira pensa uma nacionalidade transnacional. Ou seja, o “Pampa-Mundo” inclui o tempo e o espaço particulares e universais, na contradição utópica da hospitalidade humana.