Resumo: Arthur Schopenhauer possui uma concepção acerca da natureza do conceito que atravessa o seu pensamento, desde o início de sua produção filosófica. Inicialmente abordado a partir de sua acepção racional abstrata, em O mundo como vontade e como representação, o conceito adquire traços mais profundos em função do sentimento. O conceito “não-conceito” sentimento determinará os rumos da filosofia de Schopenhauer, ao evidenciar os limites da linguagem. A linguagem filosófica, por consequência,…
Read moreResumo: Arthur Schopenhauer possui uma concepção acerca da natureza do conceito que atravessa o seu pensamento, desde o início de sua produção filosófica. Inicialmente abordado a partir de sua acepção racional abstrata, em O mundo como vontade e como representação, o conceito adquire traços mais profundos em função do sentimento. O conceito “não-conceito” sentimento determinará os rumos da filosofia de Schopenhauer, ao evidenciar os limites da linguagem. A linguagem filosófica, por consequência, exprime um paradoxo, pois pretende expressar em linguagem abstrata um conteúdo concreto cuja natureza não pode ser por ela determinado. Por ser um construto conceitual abstrato, a linguagem filosófica possui um estatuto ontológico secundário e, portanto, incompleto, em relação ao conteúdo da realidade concreta. Este artigo pretende mostrar que os sentimentos são, nesse sentido, o meio não conceitual que esclarece a própria natureza dos conceitos e, por consequência, a via não-filosófica que paradoxalmente melhor expressa o conteúdo da filosofia. No registro do sentimento, Schopenhauer reconhece na linguagem musical o âmbito de justificação adequado da linguagem filosófica.: Arthur Schopenhauer has a notion about the nature of the concept that runs through his thinking since the beginning of his philosophical production. Initially approached from its abstract rational meaning, in The world as will and representation, the concept acquires deeper traces from sentiment. The “non-concept” concept of sentiment will determine the direction of Schopenhauer”s philosophy by highlighting the limits of language. The philosophical language, therefore, expresses a paradox, since it intends to manifest, in abstract language, a concrete content, whose nature cannot be determined by it. As an abstract conceptual construct, philosophical language has a secondary and, thus, incomplete ontological status in relation to the content of concrete reality. Sentiments are the non-conceptual medium that clarifies the nature of concepts itself, and, consequently, the non-philosophical way that paradoxically best expresses the content of philosophy. In the recording of sentiment, Schopenhauer recognizes in musical language the proper justification scope of philosophical language.