Resumo Neste artigo, vamos considerar o recente debate na metafísica da evolução, no que diz respeito tanto à persistência como à “mudança” em espécies biológicas, segundo a tese que considera a espécie como o agregado de indivíduos. Centrar-nos-emos na proposta de Thomas Reydon, que argumenta que em biologia, o termo “espécie” refere-se a duas entidades biológicas, por si denominadas evolverons e phylons, que desempenham vários papéis epistemológicos em pelo menos duas disciplinas diferentes, n…
Read moreResumo Neste artigo, vamos considerar o recente debate na metafísica da evolução, no que diz respeito tanto à persistência como à “mudança” em espécies biológicas, segundo a tese que considera a espécie como o agregado de indivíduos. Centrar-nos-emos na proposta de Thomas Reydon, que argumenta que em biologia, o termo “espécie” refere-se a duas entidades biológicas, por si denominadas evolverons e phylons, que desempenham vários papéis epistemológicos em pelo menos duas disciplinas diferentes, nomeadamente na biologia sistemática e na biologia evolutiva. Em particular, analisamos criticamente a alegação de Reydon, que estas duas entidades biológicas geraram um problema para a tese que sustém a equivalência entre duas teorias de persistência, desenvolvidas pela metafísica analítica contemporânea: o tri–Dimensionalismo e tetra–Dimensionalismo. Neste artigo, pretende-se restaurar a tese da equivalência metafísica, recorrendo a uma tripla estratégia: promover a ideia de que os evolverons e os “phylons” são duas dimensões de uma mesma realidade; recorrer a uma noção menos problemática noção de endurantismo e, por último, destacar alguns problemas que surgem dos exemplos biológicos empregues por Reydon para basear o desenvolvimento dos seus argumentos. Palavras-chave : conceito de espécie, endurantismo, equivalência metafísica entre 3D e 4D, espécies biológicas sincrónicas e diacrónicas, persistênciaIn this paper we revise a recent debate on the metaphysics of evolution pertaining to both the persistence and change of biological species, and the species-as-individuals thesis. We focus on Thomas Reydon’s proposal that, in biology, the term “species” refers to two different biological entities, which he calls evolverons and phylons, and plays different epistemological roles in at least two different disciplines in which it is used, namely, evolutionary and systematic biology. In particular, we critically revise Reydon’s claim that these two biological entities raise a problem for the thesis of the equivalence between the two theories of persistence developed in contemporary analytic metaphysics: three–dimensionalism and four–dimensionalism. In this paper, we aim to reinstate the thesis of metaphysical equivalence by a threefold strategy: motivation of the idea that evolverons and phylons are two dimensions of the same entity, shifting to a less problematic notion of endurance, and an exploration of doubts about the particular biological examples upon which Reydon bases his arguments. Keywords : 3D / 4D metaphysical equivalence, endurantism, persistence, species concept, synchronic and diachronic biological species